Estados-Membros aprovam projeto legislativo; votação final está marcada para 20 de outubro
A União Europeia (UE) deu hoje um passo decisivo rumo à independência energética em relação à Rússia. Os embaixadores dos 27 Estados-Membros aprovaram formalmente o projeto legislativo que estabelece a eliminação progressiva das importações de petróleo, gás e carvão russos até 2028. O texto será agora submetido ao Parlamento Europeu, com votação marcada para 20 de outubro.
A proposta surge como resposta à crescente pressão para reduzir a dependência energética da Rússia, que ainda representa uma parte significativa do fornecimento de combustíveis fósseis à Europa. De acordo com fontes diplomáticas, o plano prevê metas intermédias, incluindo uma redução de 50% das importações até 2026, através do reforço de energias renováveis, diversificação de fornecedores e novos investimentos em infraestruturas de interconexão entre Estados-Membros.
A Comissão Europeia destacou que esta medida não é apenas uma decisão geopolítica, mas também uma oportunidade para acelerar a transição energética e cumprir os compromissos do Pacto Ecológico Europeu. Bruxelas estima que a substituição gradual por energia solar e eólica poderá reduzir em mais de 30% a fatura energética da UE até ao final da década.
Apesar do consenso alcançado entre os governos, alguns países da Europa Central alertam para os custos sociais e económicos da medida. A Hungria, fortemente dependente do gás russo, manifestou reservas, pedindo mecanismos de compensação financeira. Já a Alemanha e a França sublinharam a importância da solidariedade energética entre Estados-Membros, lembrando que a segurança energética europeia só será garantida com cooperação reforçada.
O plano será um dos temas centrais da próxima cimeira de líderes da União Europeia, onde se espera um debate intenso sobre o equilíbrio entre segurança energética, sustentabilidade e acessibilidade para os consumidores.