Joint-venture para materiais do cátodo e parceria de eletrólito reforçam objetivo de maior autonomia e carregamentos rápidos
A Toyota está a acelerar o passo rumo às baterias de estado sólido, apontando ao lançamento do primeiro elétrico em 2027/28. A estratégia passa por reforçar a cadeia de materiais — do cátodo ao eletrólito — para desbloquear aquilo que mais interessa aos condutores: mais quilómetros por carga e paragens de carregamento muito mais curtas.
Numa linguagem simples, o que muda? Em vez do eletrólito líquido tradicional, estas baterias usam um eletrólito sólido. Isso permite maior densidade energética (ou seja, mais energia no mesmo espaço), melhor estabilidade térmica e menor risco de inflamação. Traduzindo para a estrada: autonomia mais folgada nas viagens longas, menos ansiedade com a bateria e carregamentos que deixam de “estragar” o plano do dia.
Para tirar o projeto do papel, a Toyota fechou uma joint-venture focada em materiais do cátodo — um dos componentes críticos para a durabilidade e a capacidade de cada célula. Em paralelo, mantém uma parceria dedicada ao eletrólito sólido sulfídrico, que é o “meio” por onde os iões de lítio se deslocam dentro da bateria. Este binómio (cátodo + eletrólito) é essencial para resolver dois calcanhares de Aquiles da tecnologia: ciclagem (quantas vezes a bateria aguenta carregar e descarregar mantendo desempenho) e produção em escala.
Do lado industrial, o plano é claro: pilotos de produção primeiro, rampa de fabrico depois, com prioridade dada aos modelos Toyota. A marca não esconde a ambição de ser das primeiras a pôr um EV de estado sólido nas ruas, mantendo a janela de 2027/28 como objetivo público. É uma meta exigente — os desafios de custo, fornecimento de matérias-primas e qualidade consistente continuam reais — mas o caminho está mais definido do que há um ou dois anos.
O impacto para o consumidor pode ser significativo. Imagine carregar quase tão rápido como abastecer e sair com autonomia suficiente para a semana. Some-se a isso uma melhor performance em climas frios e potencial de packs mais compactos (logo, carros mais leves ou com mais espaço) e percebe-se por que motivo a indústria vê aqui um ponto de viragem.
Naturalmente, não é uma corrida a solo. Outros fabricantes também têm protótipos e parcerias na calha. A diferença, nesta fase, parece estar na arquitetura de parcerias e no calendário industrial que a Toyota coloca em cima da mesa. Se tudo correr como previsto, a segunda metade da década poderá ser o momento em que as baterias de estado sólido passam do laboratório para a sua garagem — e isso pode redefinir o que entendemos por “autonomia” e “tempo de carga” num carro elétrico.
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Fonte oficial:
• Toyota Newsroom