Kremlin confirma contactos com Caracas após relatos de pedido de apoio militar
A Rússia confirmou este domingo, 2 de novembro, que está “em contacto” com a Venezuela, depois de relatos de que o governo de Nicolás Maduro pediu apoio militar a Moscovo para reforçar a defesa do país. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que existem “diversas obrigações contratuais” entre os dois países — sem detalhar o conteúdo dos pedidos.
Nos últimos dias, documentos citados pelo Washington Post indicam que Caracas solicitou radares, peças e manutenção para aeronaves, drones de maior alcance, mecanismos de interferência GPS e até mísseis. A alegada carta de Maduro a Vladimir Putin aponta o aumento da presença militar norte-americana no Caribe como justificação para acelerar a cooperação. O relato foi ecoado por outros meios internacionais.
A confirmação de contactos por Moscovo surge no seguimento de uma parceria estratégica firmada entre Putin e Maduro em maio, que reforçou laços políticos e energéticos e abriu portas a nova cooperação — embora sem referência explícita a fornecimento de armamento.
Paralelamente, a Rússia tem endurecido o tom contra Washington. No sábado, criticou como “excessiva” a força empregue pelos EUA nas operações antinarcóticos no Caribe, num quadro que inclui navios, caças e milhares de militares. Moscovo acusa os Estados Unidos de agravar a tensão regional e reitera apoio a Caracas.
Questionado sobre o teor do eventual pedido venezuelano, Peskov manteve a prudência pública: não confirmou encomendas nem cronogramas, limitando-se a sublinhar que Moscovo está a acompanhar “muito de perto” o que se passa e que prefere uma saída pacífica para as atuais fricções.
Para analistas, se a assistência militar se materializar, a correlação de forças no espaço aéreo venezuelano poderá mudar, com maior cobertura de radar e defesa antiaérea — mas também com risco de incidentes numa zona já saturada por operações e vigilância. Até ao momento, não há confirmação pública de entregas de material, e tanto Moscovo como Caracas preservam margem de manobra diplomática.
Em pano de fundo, a Casa Branca tem intensificado a presença militar na região no âmbito da campanha contra redes de tráfico, palco de várias interceções e ataques a embarcações nas últimas semanas — fator que Caracas lê como pressão direta sobre o regime de Maduro.
O essencial: Moscovo confirma contactos e invoca acordos existentes; Caracas procura reforçar a defesa com tecnologia russa; Washington aumenta meios no Caribe; e todos dizem querer evitar uma escalada — enquanto o tabuleiro se move.
Fontes principais: TASS (declarações oficiais), Reuters (contexto e reação russa aos EUA), Washington Post (documentos sobre o pedido venezuelano) e outros meios que repercutiram a história.
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Fonte oficial:
• Administração Presidencial da Rússia / TASS