Alemanha proíbe “Muslim Interaktiv” por apelos ao califado e incitamento ao ódio

Ministério do Interior endurece contra “TikTok-islamismo” após buscas em Hamburgo, Berlim e Hesse

A proibição do grupo Muslim Interaktiv foi anunciada esta quarta-feira, 5 de novembro de 2025, pelas autoridades alemãs, após meses de polémica pelos apelos a um califado e mensagens consideradas incompatíveis com a ordem constitucional. O Ministério do Interior indicou que a associação promoveu incitamento contra Israel e judeus e desprezo pelos direitos das mulheres e minorias, justificando a medida e operações de busca em vários estados. A proibição do Muslim Interaktiv integra uma ofensiva mais ampla contra grupos islamistas.

O anúncio foi acompanhado por apreensão de bens e dados e desativação de plataformas online ligadas ao grupo. Paralelamente, as autoridades abriram investigações associativas às organizações Generation Islam e Realität/Realitaet Islam, igualmente referidas como parte de uma rede que difunde o chamado “islamismo de TikTok” para recrutar jovens. Segundo o Ministério do Interior, o objetivo é impedir estruturas que atentem contra a ordem democrática e os direitos fundamentais.

As buscas incidiram sobre sete locais em Hamburgo e doze em Berlim e Hesse, envolvendo centenas de agentes. O governo sublinhou “tolerância zero” perante qualquer tentativa de impor a lei religiosa sobre a lei alemã ou de promover intolerância. Comentadores e especialistas em prevenção do extremismo saudaram a decisão, apontando o Muslim Interaktiv como parte de uma rede crescente que utiliza estética e linguagens digitais para amplificar narrativas anti-democráticas.

A proibição ocorre num contexto de maior vigilância a movimentos extremistas, islamistas e também de extrema-direita. Para as autoridades, trata-se de um sinal de firmeza do Estado de direito: dissolver estruturas, confiscar ativos e impedir simbolismos e reconstituições sob outras designações. Ainda assim, organizações de segurança alertam que as ideias radicais persistem online, exigindo monitorização continuada e programas de prevenção.

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Fonte oficial:
Ministério Federal do Interior (BMI)