Tarefeiros ameaçam paralisar urgências, alerta Helena Terleira

“Era uma questão de tempo”: ex-líder dos Médicos em Luta aponta riscos para o SNS

Em declarações à TSF, Helena Terleira afirmou que “era uma questão de tempo” até os médicos tarefeiros ameaçarem paralisar as urgências, sublinhando que o Governo “abriu espaço” a esta escalada com a dependência de prestadores. A pressão cresce após notícias de que mais de mil tarefeiros ponderam paragens coordenadas se avançarem alterações ao valor-hora.

A ameaça de paralisação por parte dos tarefeiros reacende um conflito que vinha a ganhar força desde 2023, quando o movimento Médicos em Luta recusou ultrapassar os limites legais de horas extra e exigiu negociações efetivas sobre carreira e condições. Para Helena Terleira, a situação atual resulta da “opção estrutural” por coberturas externas nas escalas, o que dá aos prestadores “uma capacidade de bloqueio” sobre serviços críticos como urgências gerais e de obstetrícia.

Nos próximos dias, sindicatos e ordens profissionais deverão voltar a pressionar o Ministério da Saúde a clarificar o diploma que revê o pagamento aos prestadores e a apresentar medidas para fixar médicos no SNS, nomeadamente tabelas salariais, horários e integração de internos — um pacote que as estruturas vêm reclamando desde o verão. Em paralelo, a Federação Nacional dos Médicos admite novas formas de luta, enquanto responsabiliza o Executivo por eventuais ruturas nas urgências.

Caso a paralisação avance, hospitais de maior dependência de tarefeiros serão os primeiros a sentir impactos nas escalas noturnas e de fim de semana, com potenciais encerramentos temporários, tempos de espera mais longos e desvios inter-hospitalares. Terleira alerta que sem um acordo global “a espiral de substituição por tarefeiros” continuará a fragilizar o serviço público.

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Fonte oficial:
TSF