COP30: eurodeputados da UE levam exigências climáticas a Belém

Delegação do Parlamento Europeu, liderada por Lídia Pereira, participa hoje nas negociações da COP30, defendendo mais ambição climática e uma transição energética justa.

Uma delegação do Parlamento Europeu está hoje em Belém, no Brasil, para participar na COP30, a conferência da ONU dedicada às alterações climáticas. Nesta COP30, os eurodeputados querem reforçar o papel da União Europeia como líder global na ação climática e na transição energética.

Com um mandato aprovado em Estrasburgo, a delegação leva exigências claras: mais ambição nas metas de redução de emissões, mais financiamento climático e um calendário concreto para a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis.

Uma delegação oficial do Parlamento Europeu participa, entre 17 e 21 de novembro, na COP30, que decorre em Belém, no Brasil. A comitiva é liderada pela eurodeputada portuguesa Lídia Pereira (PPE) e pelo vice-presidente da delegação, Mohammed Chahim (S&D), e inclui 15 eurodeputados de vários grupos políticos.

O objetivo central é garantir que a União Europeia mantém uma posição de liderança nas negociações globais sobre o clima, em linha com o Acordo de Paris e com a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C. A COP30 assinala também os dez anos do Acordo de Paris, aumentando a pressão para que os países apresentem novos planos climáticos (NDCs) e reforcem o financiamento destinado à ação climática.

O Parlamento Europeu já tinha aprovado, em 23 de outubro de 2025, a sua posição para a COP30, com um conjunto de exigências dirigidas tanto à UE como aos restantes grandes emissores. Entre as prioridades estão a definição de um novo objetivo global de financiamento climático, o reforço do princípio do “poluidor-pagador” e a manutenção de metas exigentes para reduzir as emissões em, pelo menos, 90% até 2040, sem comprometer a competitividade e a coesão social.

Nas negociações de Belém, os eurodeputados vão defender a inclusão de um calendário claro para a eliminação de todos os combustíveis fósseis, bem como a operacionalização efetiva do objetivo global de adaptação, com indicadores que permitam medir a resiliência dos países às alterações climáticas. A proteção das florestas tropicais e a integração de soluções baseadas na natureza surgem igualmente como pontos-chave, em linha com o compromisso brasileiro de travar a desflorestação na Amazónia.

Lídia Pereira tem sublinhado que esta COP30 é um “momento de verdade” para a comunidade internacional, defendendo que a Europa deve provar que crescimento económico e descarbonização podem andar lado a lado, através de políticas industriais verdes e investimento em energias limpas. Mohammed Chahim destaca, por seu lado, a necessidade de um acordo robusto sobre financiamento climático e de mercados de carbono transparentes, para que os países em desenvolvimento possam adaptar-se e reduzir emissões sem ficar para trás.

A agenda da delegação europeia em Belém inclui encontros com ministros, parlamentares de outros continentes, representantes da sociedade civil e líderes de organizações internacionais de clima. Estão ainda previstos eventos paralelos, como debates sobre a política climática da UE depois de 2030 e sobre a forma de transformar a ambição climática em crescimento sustentável e empregos de qualidade.

Ao mesmo tempo, a UE chega à COP30 sob escrutínio interno e externo. As discussões entre ministros europeus sobre a revisão das metas climáticas e a pressão de alguns governos para flexibilizar regras geram dúvidas sobre a capacidade do bloco de manter a sua liderança. Ainda assim, a mensagem que a delegação do Parlamento leva a Belém é clara: recuar na ambição climática não é opção, e a transição energética deve ser acelerada com justiça social e apoio reforçado aos países mais vulneráveis.

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Fonte oficial:
Parlamento Europeu