Sindicatos exigem aumentos salariais e revisão das carreiras; Governo prevê fortes perturbações nos serviços públicos
A greve nacional na Função Pública está hoje a afetar escolas, hospitais, tribunais e autarquias em todo o país, com elevada adesão prevista segundo as principais estruturas sindicais. A paralisação de 24 horas, convocada pela Frente Comum da Administração Pública, exige aumentos salariais reais e revisão das carreiras congeladas há mais de uma década.
Os sindicatos alertam que o poder de compra dos trabalhadores do Estado caiu mais de 15% desde 2010 e que as propostas do Governo para 2026 são “insuficientes e desrespeitosas”. Em Lisboa, Porto e Coimbra estão marcadas concentrações e marchas de protesto junto a ministérios e delegações regionais.
Impacto nos serviços essenciais
O Ministério da Educação confirmou atrasos e encerramentos em várias escolas básicas e secundárias. Nos hospitais, prevê-se a suspensão de consultas e cirurgias programadas, mantendo-se apenas os serviços mínimos.
No setor da justiça, greves de funcionários judiciais poderão atrasar julgamentos e diligências. Já nas autarquias locais, prevê-se perturbações no atendimento ao público e recolha de resíduos urbanos.
O Governo reconhece o impacto da greve, mas defende que “as negociações salariais devem prosseguir no quadro orçamental disponível”. A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, afirmou ontem que o Executivo “está disponível para discutir carreiras e incentivos, mas dentro da responsabilidade financeira”.
Reivindicações e contexto político
A Frente Comum, ligada à CGTP, exige um aumento de 15% nos salários, com um mínimo de 150 euros, e a revisão imediata das carreiras gerais e especiais. As negociações decorrem num momento sensível, com a apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2026.
Os sindicatos prometem intensificar a luta caso o Governo não apresente novas medidas até novembro. “Os trabalhadores da Administração Pública estão cansados de promessas. Querem valorização e respeito”, disse Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum.
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Fonte oficial:
• Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP)