Governo pondera dia de luto nacional para o ex-primeiro-ministro; Impresa confirma morte por causas naturais junto da família
Francisco Pinto Balsemão morreu aos 88 anos, em Lisboa, segundo confirmou o grupo Impresa, que informou tratar-se de morte por causas naturais, ocorrida junto da família.
O Governo português está a ponderar decretar um dia de luto nacional, em homenagem ao antigo primeiro-ministro e fundador do Expresso e da SIC, figuras incontornáveis da democracia portuguesa e da comunicação social.
Um homem entre a política e os media
Nascido em 1937, Francisco Pinto Balsemão foi uma das personalidades mais marcantes da vida política e mediática portuguesa.
Após a Revolução de Abril, destacou-se no Partido Social Democrata (PSD) e viria a ser primeiro-ministro entre 1981 e 1983, sucedendo a Francisco Sá Carneiro.
Como empresário, fundou em 1973 o jornal Expresso, símbolo do jornalismo independente em Portugal, e em 1992 criou a SIC, primeira estação privada de televisão portuguesa, alterando profundamente o panorama mediático nacional.
Balsemão manteve-se à frente do grupo Impresa durante décadas, consolidando um império de comunicação que inclui, além do Expresso e da SIC, várias revistas e canais temáticos. Foi ainda presidente do Conselho Europeu de Editores e membro do Conselho de Estado, mantendo-se ativo até aos últimos anos.
Reações políticas e mediáticas
As reações à morte de Francisco Pinto Balsemão multiplicaram-se nas últimas horas.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, evocou “um homem íntegro e visionário, que dedicou a vida à liberdade e à informação”.
Luís Montenegro, primeiro-ministro, recordou “um servidor público exemplar, que soube conciliar o rigor político com a paixão pelo jornalismo”.
Da redação do Expresso à sede da SIC, multiplicam-se homenagens internas, enquanto o Governo analisa a possibilidade de decretar luto nacional nos próximos dias.
Legado de uma vida dedicada à liberdade de imprensa
Ao longo da sua carreira, Balsemão foi distinguido com várias condecorações nacionais e internacionais, entre as quais a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e o Prémio Europeu de Comunicação.
A sua visão sobre o papel dos media na democracia portuguesa permanece como uma das marcas mais profundas da história recente do país.
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Fonte oficial:
• Impresa