ONU considera “perturbadores” os relatos de agressões a ativistas da flotilha

O porta-voz de António Guterres pediu investigação urgente às denúncias de maus-tratos a ativistas detidos por Israel após a captura da flotilha humanitária Global Sumud.

A Organização das Nações Unidas classificou como “profundamente perturbadores” os relatos de agressões e maus-tratos sofridos por ativistas da flotilha Global Sumud, detidos por Israel no final de setembro. Segundo o porta-voz do secretário-geral António Guterres, Stéphane Dujarric, a ONU exige que “todas as alegações de maus-tratos sejam devidamente investigadas”.

Entre os ativistas detidos estava a eurodeputada franco-palestiniana Rima Hassan, que afirmou ter sido espancada por agentes israelitas durante a operação de interceção. Nas redes sociais, Hassan denunciou ainda condições degradantes nas celas, onde, segundo descreveu, 13 a 15 pessoas dormiam no chão sem camas e com acesso limitado a água e higiene.

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Outros participantes relataram violência e insultos durante a detenção e transporte. Vários advogados de defesa confirmaram ter recebido queixas semelhantes e pediram uma comissão internacional independente para avaliar o caso.

Israel, por sua vez, declarou ter deportado 171 ativistas, incluindo a ambientalista sueca Greta Thunberg, argumentando que a flotilha tentava “violar o bloqueio marítimo” imposto à Faixa de Gaza.

A missão Global Sumud — palavra árabe para “resiliência” — partiu da Turquia com o objetivo de entregar ajuda humanitária a Gaza, mas foi interceptada pela marinha israelita em águas internacionais. O episódio volta a agravar as tensões entre Telavive e a comunidade internacional, num momento em que Portugal e outros países europeus reforçam a defesa da solução dos dois Estados.