Orçamento de Estado 2026 com excedente e dívida a cair para 87,8% do PIB

Proposta prevê crescimento económico de 2,3%, cortes no IRS e redução gradual do IRC

O Orçamento de Estado 2026 marca um momento de viragem para as finanças públicas portuguesas. O Governo prevê um crescimento económico de 2,3%, um excedente orçamental de 0,1% e a redução da dívida pública para 87,8% do PIB. O documento introduz ainda cortes no IRS, um calendário de redução do IRC até 19% e reforços de investimento em saúde, educação, cultura e segurança.

Infográfico em português com os principais indicadores do Orçamento do Estado 2026, incluindo PIB, saldo orçamental, dívida pública, IRS, IRC, salário mínimo e investimentos em saúde, educação e cultura.

Economia e crescimento

O Executivo estima que a economia portuguesa avance 2,3% em 2026, suportada pelo consumo interno e pelo investimento. Este cenário tem em conta a execução dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o aumento da procura externa.

Saldo orçamental positivo

Portugal deverá alcançar um excedente de 0,1% do PIB, o que reforça a imagem de estabilidade orçamental junto de parceiros europeus e investidores. Trata-se de uma consolidação histórica após anos de défices elevados.

Dívida pública em queda

A dívida pública, que representava mais de 130% do PIB há poucos anos, cairá para 87,8% em 2026, ficando pela primeira vez desde 2009 abaixo da barreira dos 90%.


Medidas fiscais

A política fiscal continua a ser um dos pilares do OE2026, com impacto direto no rendimento das famílias e na competitividade das empresas.

IRS

O imposto sobre o rendimento das pessoas singulares sofre uma redução em vários escalões intermédios, resultando numa descida média de 0,3 pontos percentuais. Esta medida deverá aliviar a carga fiscal da classe média.

IRC

Mantém-se a descida gradual do imposto sobre as empresas, que deverá atingir 19% em 2026. As pequenas e médias empresas beneficiarão de regimes mais favoráveis, reforçando a competitividade no mercado europeu.

Salário mínimo

O salário mínimo nacional aumenta para 920 euros, com impacto em milhares de trabalhadores, sobretudo nos setores mais expostos a baixos salários.


Despesas e prioridades

O Orçamento dedica especial atenção a setores estratégicos.

Segurança interna e saúde

A segurança interna terá um reforço de 11,3%, refletindo a necessidade de modernizar equipamentos e aumentar recursos humanos. Já a saúde receberá um aumento significativo de verbas, com foco na redução de listas de espera e no reforço dos cuidados primários.

Educação e cultura

Na educação, prevê-se o reforço da rede escolar e da contratação de docentes. A cultura regista uma subida de 21,9% no orçamento, com 638 milhões de euros alocados, apoiando projetos de criação artística, património e internacionalização.

Ambiente e mobilidade

Apesar do reforço de políticas ambientais, não foi incluído qualquer incentivo ao abate de veículos — medida defendida pelo setor automóvel e pelo ACP como essencial para a renovação do parque automóvel.


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Fonte oficial:
Portal do Orçamento do Estado 2026