5G Nanosatellite: Portugal testa terminal 5G no espaço já em 2027

CubeSat 3U português quer provar ligação 5G direta a partir de órbita baixa

Portugal prepara o 5G Nanosatellite para levar, em 2027, um terminal 5G até à órbita terrestre baixa e demonstrar comunicações móveis a partir do espaço. A ideia é simples de explicar e difícil de executar: fazer com que um satélite se ligue à rede como se fosse “um telemóvel no espaço”, usando normas 3GPP/NTN e um CubeSat 3U.

O 5G Nanosatellite quer colocar 5G no espaço com um CubeSat 3U lançado em 2027. A partir de órbita baixa, o terminal 5G ligará a estações em solo português, provando a viabilidade de comunicações móveis normalizadas 3GPP/NTN a partir de satélites.

Porque é que isto interessa às pessoas cá em baixo? Pense em zonas onde a rede falha — aldeias isoladas, serras, mar alto. A tecnologia 5G via satélite promete tapar esses “buracos” de cobertura sem obrigar a erguer torres em todo o lado. Para quem vive, trabalha ou viaja por locais remotos, a diferença pode ser do dia para a noite: chamadas estáveis, dados para trabalhar, telemedicina com imagem decente, alertas de emergência que chegam mesmo quando o terreno não ajuda.

O projeto português aposta num CubeSat 3U — um pequeno “tijolo” espacial com 10×10×30 cm — pensado para missões de demonstração em órbita baixa (LEO). Esta escolha reduz custos e acelera o ritmo de iteração: lança-se, testa-se, aprende-se e melhora-se. Do lado de cá, estações 5G (gNB) em território nacional vão permitir ensaios no terreno e, depois, sessões de teste sempre que o satélite “passar por cima” de Portugal.

A grande mais-valia é a compatibilidade com o ecossistema 3GPP. Em vez de soluções proprietárias, o consórcio segue as normas NTN (Non-Terrestrial Networks), o que facilita a integração com redes e equipamentos existentes. Na prática, isto abre a porta a que telemóveis e dispositivos IoT comuniquem com satélites sem precisarem de hardware exótico, à medida que os fabricantes forem adotando estes perfis.

No médio prazo, as aplicações vão muito além do “sinal onde não há sinal”: resiliência em catástrofes (quando as redes terrestres falham), apoio a operações de proteção civil e monitorização de infraestruturas críticas. Para o país, há também um efeito colateral importante: reforça-se o ecossistema nacional de “New Space”, cruzando engenharia espacial, telecomunicações e cibersegurança, e criando competências exportáveis.

Há desafios, claro: potência limitada a bordo, atrasos (latência) a gerir, e a necessidade de coordenação fina entre satélite e rede terrestre. Mas é precisamente para isso que servem as missões de demonstração: transformar promessas em números e rotinas reais.

Veja também:

Guia completo para escolher o melhor smartphone em 2025
Conferência OneSumX junta líderes bancários mundiais no Porto

Fonte oficial:
Agência Espacial Europeia (ESA)