Agentes denunciam “desinteresse do Governo” e entregam propostas no MAI
O protesto de polícias em Lisboa juntou, esta quinta-feira, centenas de agentes que pedem respostas claras às suas reivindicações. O protesto de polícias em Lisboa começou junto à Direção Nacional da PSP e terminou no Ministério da Administração Interna (MAI), onde foi entregue um caderno com medidas prioritárias.
Num fim de tarde de trânsito lento e muitas buzinas, viram-se fardas, coletes e cartazes com pedidos de valorização da carreira. O ambiente foi ordeiro, mas determinado: mensagens pela atualização salarial, revisão dos suplementos e correção das regras de pré-aposentação surgiam em coro ao longo do percurso. Entre megafones e faixas, repetiu-se a ideia de que a dignificação da profissão é “condição para melhor segurança pública”.
A marcha arrancou do Largo da Penha de França e seguiu em direção à Baixa, apontando ao MAI como destino simbólico. No final, representantes sindicais entregaram um caderno reivindicativo com propostas calendarizadas, sublinhando que a ausência de respostas no curto prazo poderá manter a contestação ativa. A par da dimensão salarial, os profissionais destacam a necessidade de recrutar e reter efetivos, garantindo equipas estáveis e tempos de resposta adequados.
No terreno, o sentimento é transversal: muitos agentes dizem sentir “desalinhamento” entre a exigência do serviço e as condições oferecidas. Fala-se no peso dos turnos rotativos, na exposição ao risco e na pressão de uma cidade que não pára. Entre paragens rápidas para água e café, o tema repete-se em conversas curtas: “Não pedimos privilégios; pedimos justiça” — uma ideia que ecoou em vários cartazes.
O protesto chega numa altura em que o setor público discute medidas para o próximo Orçamento do Estado, e em que outras carreiras também pressionam por soluções. Os organizadores consideram que há espaço para convergência: um roteiro de execução com prazos, pontos de fiscalização e efeitos esperados em remunerações e suplementos. O objetivo, dizem, é simples de enunciar e exigente de cumprir: estabilidade, motivação e serviço melhorado ao cidadão.
Enquanto a multidão se dispersava, ficou a sensação de que este foi um passo num caminho mais longo. A “bola” está agora do lado da tutela: aceitar o diálogo com metas concretas ou arriscar o prolongamento da contestação.
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Fonte oficial:
• Ministério da Administração Interna (MAI)