Acidente em escola de Viseu: menino perde pontas de dois dedos

Escola de Cinfães sob investigação após alegada agressão entre colegas

Um acidente em escola de Viseu está a chocar a comunidade educativa: um menino de 9 anos perdeu as pontas de dois dedos dentro da Escola Básica de Fonte Coberta, em Cinfães, na sequência de uma alegada agressão por colegas. O caso, ocorrido a 10 de novembro, está a ser investigado pelo agrupamento e já motivou reação de advogados e autoridades.

Segundo a mãe do aluno, o filho já vinha a ser alvo de episódios de violência e bullying na escola. Agora, com as pontas de dois dedos amputadas e sequelas físicas e psicológicas, a família exige explicações e responsabilização.

A 10 de novembro, durante o intervalo da manhã, o menino terá ido à casa de banho da Escola Básica de Fonte Coberta, no concelho de Cinfães, distrito de Viseu. De acordo com o relato da família, duas outras crianças terão fechado a porta sobre a mão do aluno, impedindo-o de sair. O impacto terá causado a amputação das pontas de dois dedos, obrigando a uma intervenção cirúrgica de cerca de três horas no Hospital de São João, no Porto.

A mãe afirma que o filho perdeu muito sangue e que, para conseguir pedir ajuda, terá tido de se arrastar por baixo da porta, já com os dedos feridos. A família diz também que só mais tarde percebeu a gravidade da lesão, criticando a forma como a informação lhes foi transmitida.

Denúncias de bullying e violência anteriores

O caso não terá surgido do nada. A mãe refere que já tinha alertado a escola para episódios anteriores, como puxões de cabelo, pontapés e até uma situação em que o menino terá sido puxado pelo capuz, ficando com marcas no pescoço. Nessas ocasiões, as queixas terão sido desvalorizadas ou tratadas como “brincadeiras que correram mal”.

Depois da amputação das pontas dos dois dedos, a família fala em sequelas físicas irreversíveis e em impacto psicológico significativo, sublinhando que o aluno tem medo de regressar à escola nas mesmas condições.

Escola abre inquérito interno e ativa seguros

Perante a polémica, o Agrupamento de Escolas de Souselo, ao qual pertence a Escola Básica de Fonte Coberta, confirmou a abertura de um inquérito interno para apurar o que aconteceu dentro da casa de banho naquele dia. O diretor do agrupamento afirmou que os seguros escolares foram acionados no dia seguinte e que foram chamados os socorros de imediato, recusando, no entanto, detalhar mais enquanto o processo decorre.

O caso foi comunicado às autoridades, incluindo a PSP e o Ministério Público, que deverão avaliar eventuais responsabilidades criminais, tendo em conta que os alegados agressores são também menores de idade.

Grupo de advogados acompanha a família

Na frente jurídica, um grupo de cerca de 15 advogados disponibilizou-se para acompanhar a família do menino. Segundo a defesa, serão avançados processos em três frentes: criminal, administrativo e cível, incluindo uma queixa ao Ministério Público e eventuais ações de responsabilidade civil contra a escola e/ou outras entidades responsáveis.

Os advogados sublinham que o caso levanta questões sérias sobre segurança nas escolas, prevenção do bullying e resposta das direções escolares quando surgem alertas de violência entre alunos. A família, por sua vez, diz querer justiça e garantir que situações semelhantes não voltem a acontecer com outras crianças.

Veja também:

Greve geral a 11 de dezembro: CGTP e UGT anunciam união
“Eu, Sun Tzu: A Arte da Guerra para Crianças” — Estratégia e sabedoria adaptadas aos mais jovens

Fonte oficial:
Agrupamento de Escolas de Sousel