Declaração surge após tréguas frágeis; tensão diplomática mantém-se elevada
Netanyahu decide forças internacionais aceitáveis em Gaza — foi a mensagem do primeiro-ministro israelita ao reafirmar que caberá a Israel vetar ou aceitar países numa eventual força multinacional para a Faixa de Gaza. A posição endurece o tom diplomático em torno do cessar-fogo e complica negociações com aliados regionais e ocidentais.
O líder israelita vincou que Israel “controla a sua própria segurança” e que determinará “quais as forças internacionais inaceitáveis”, numa referência direta aos países cogitados para compor uma missão de segurança em Gaza no quadro de um plano em discussão entre Washington e parceiros árabes. As declarações foram divulgadas este domingo, 26 de outubro de 2025.
A ideia de uma força internacional ganhou tração nas últimas semanas, integrada num esboço de plano mais amplo de estabilização de Gaza — com potenciais contributos de países árabes e muçulmanos — mas ainda sem compromissos firmes. Vários governos demonstram cautela perante a ausência de garantias sobre o desarmamento do Hamas e as regras de engajamento no terreno.
Ao mesmo tempo, Netanyahu reiterou que Israel não pedirá autorização para atingir alvos em Gaza ou no Líbano caso considere necessário, sublinhando que Telavive manterá “o controlo do seu destino”. Esta linha reforça a leitura de que qualquer missão internacional terá de acomodar um veto israelita sobre a composição e o mandato da força.
Diplomaticamente, a afirmação aumenta a pressão sobre mediadores — EUA, Egito e Qatar — que procuram consolidar a trégua e articular um dispositivo de segurança aceitável para todas as partes. Em Israel, a discussão agrava fricções internas e testes à coligação governamental, já exposta por divergências sobre o pós-guerra em Gaza.
No plano internacional, persistem reservas quanto à participação de alguns países — designadamente a Turquia —, tema sensível nas conversas entre Jerusalém e Washington. Analistas notam que sem consenso alargado sobre quem integra a força e sob que comando, o calendário para uma presença multinacional continua incerto.
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Fonte oficial:
• Reuters