Leasing social para EV: S&D quer plano europeu com rendas “amigas da carteira”

Proposta europeia inspira-se no modelo francês e promete mobilidade elétrica mais acessível

A proposta de leasing social para veículos elétricos do grupo Socialistas & Democratas (S&D) quer dar um empurrão real a quem precisa do carro para o dia a dia, mas não consegue pagar um EV novo. A ideia é simples: rendas mensais baixas, critérios justos e um enquadramento comum em toda a União Europeia – seguindo o exemplo francês, onde o programa já mostrou procura massiva.

No essencial, o leasing social para EV dos S&D combina objetivos sociais e industriais. Por um lado, ajuda famílias com rendimentos mais baixos a trocarem um carro antigo por um elétrico eficiente; por outro, direciona a procura para modelos feitos na Europa, fortalecendo a indústria e o emprego qualificado. Em França, o esquema regressou em 2025 com rendas abaixo dos 200 €/mês e contratos de 36 meses – e no fim do período, é possível devolver o carro ou comprá-lo pelo valor residual. A ambição agora é replicar esta lógica, com escala europeia e regras claras.

O que está em cima da mesa

A proposta dos S&D assenta em quatro pilares muito práticos. Primeiro, critérios comuns em todos os Estados-Membros, para evitar “loterias” nacionais e garantir acesso equilibrado. Depois, negociação em escala com construtores e empresas de renting, baixando rendas graças ao volume europeu. Terceiro, prioridade social, com pontos extra para quem vive longe do trabalho, em zonas rurais ou com menos alternativas de transporte público. Quarto, foco na indústria da UE, ao restringir a elegibilidade a modelos fabricados na Europa, incluindo cadeias de baterias.

França como teste à realidade

O programa francês tem servido de laboratório: rendas inferiores a 200 €, contratos mínimos de 36 meses e elegibilidade por rendimento (com tetos definidos) provaram que existe procura real quando a conta ao fim do mês faz sentido. A procura inicial esgotou rapidamente, obrigando a afinar orçamentos e a priorizar os agregados com menos folga financeira. Para Bruxelas, isto é ouro: demonstra que um desenho certo atrai utilizadores e acelera a renovação do parque automóvel, criando ainda um mercado de usados elétricos mais acessível para os próximos anos.

E no final do contrato?

Tal como no caso francês, a solução é descomplicada: devolver o veículo e seguir para um novo contrato – beneficiando de modelos mais eficientes – ou comprá-lo pelo valor residual. Para muitas famílias, esta previsibilidade reduz o risco e dá margem para planear despesas a médio prazo.

Porquê agora?

Porque a transição energética só será justa se for para todos. O leasing social pode reduzir emissões, combater a pobreza de transporte e, ao mesmo tempo, estimular a produção europeia de pequenos elétricos, onde a concorrência global é feroz. Com metas climáticas a apertar e orçamentos familiares sob pressão, alinhar política social com política industrial deixou de ser um slogan e passou a ser uma necessidade.

Veja também:
BYD escolhe Espanha para nova fábrica de carros elétricos em 2025
Falha na COP30 seria “muito mau sinal”, avisa ministro do Ambiente português

Fonte oficial:
Socialists & Democrats (S&D)