Relatório da ONU sublinha risco humanitário com danos no sistema elétrico
A ONU alerta para o impacto dos ataques ao sistema energético ucraniano no momento em que o país entra em mais um inverno de guerra. Segundo as Nações Unidas, a escalada de bombardeamentos contra infraestruturas críticas — centrais térmicas, subestações e instalações de gás — agrava a vulnerabilidade de milhões de civis, com potencial para cortes prolongados de eletricidade, aquecimento e água.
Nas últimas semanas, intensificaram-se as ofensivas contra a rede energética da Ucrânia, obrigando a reposições de energia faseadas e medidas de racionamento em várias regiões. O alerta da ONU surge após novos ataques combinados com drones e mísseis durante a noite de 29–30 de outubro, que voltaram a visar infraestrutura crítica em múltiplos pontos do país.
A ONU reforça que destruir capacidade de produção e distribuição de energia à entrada do inverno tem consequências diretas para a população: compromete aquecimento, abastecimento de água, serviços de saúde e operações de emergência, especialmente em edifícios altos e zonas perto da linha da frente.
A ONU alerta para o impacto dos ataques ao sistema energético ucraniano quando o país se prepara para temperaturas negativas. A ONU sublinha que a degradação da rede elétrica e de gás aumenta o risco de apagões e falta de aquecimento, com efeitos imediatos no bem-estar e na segurança dos civis.
Ao entrar no seu quarto inverno desde o início da invasão em 2022, a Ucrânia enfrenta uma campanha renovada contra a sua infraestrutura energética. A Missão de Monitorização dos Direitos Humanos da ONU em Kiev assinalou, a 30 de outubro, um novo ataque de grande escala que visou múltiplas regiões e, segundo relatos, alvos energéticos críticos, agravando um quadro de fragilidade acumulada desde a primavera de 2024.
Documentos de planeamento humanitário da ONU descrevem um cenário de risco elevado para os meses frios: perda de capacidade de geração, danos em subestações e necessidade de apoio de emergência para manter aquecimento distrital, água e saneamento. As prioridades incluem proteger equipamentos, acelerar reparações e reforçar abrigos aquecidos para populações vulneráveis (idosos, crianças e deslocados).
A pressão sobre a rede teve novos picos em outubro, com Kiev e outras cidades a registarem restrições temporárias de consumo após vagas de drones e mísseis que também atingiram instalações de gás e centrais térmicas. As autoridades ucranianas e parceiros internacionais alertam que qualquer dano adicional antes das primeiras vagas de frio pode prolongar cortes, complicar operações hospitalares e interromper sistemas de água dependentes da eletricidade.
A comunidade internacional tem vindo a apoiar com geradores, transformadores e equipamento de rede para aumentar a resiliência. Planos de inverno coordenados pelas agências da ONU e parceiros humanitários preveem intervenções rápidas em aquecimento, abrigo e proteção social, bem como apoio a infraestruturas municipais críticas. Ainda assim, a ONU nota que a persistência dos ataques condiciona tanto a eficácia das reparações como a segurança das equipas no terreno.
A mensagem central da ONU é clara: proteger civis e infraestrutura essencial é uma obrigação do direito internacional humanitário. A degradação deliberada de redes de energia amplifica o sofrimento civil — sobretudo “às portas do inverno” — e exige resposta coordenada, meios de defesa civil e financiamento sustentado para mitigação e assistência.
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Fonte oficial:
• Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (HRMMU)